As pérolas encontram-se entre as gemas mais valiosas. O homem as utiliza como adorno há cerca de 6 000 anos; 2 500 anos A.C. já existia na China um comércio normal de pérolas. São também muito apreciadas porque não exigem nenhum trabalho: em seu estado natural mostram plenamente seu brilho, o apreciado oriente.
Cerca de 70% das pérolas são passadas por um fio e usadas como colares; o comprimento usual é de uns 40 cm, os colares de volta dupla chamam-se sautoirs; se todos são do mesmo tamanho trata-se de um choker e se as pérolas vão diminuindo de tamanho do centro para os extremos trata-se de um chute. Faz-se a seleção de pérolas para colares simplesmente à vista desarmada.
Elas são perfuradas na parte defeituosa ou menos bonita, com o que simultaneamente se elimina o defeito. A luz deve ser, segundo um acordo internacional, de 0,3 mm.
Para brincos, agulhas e anéis basta uma perfuração de 2/3 a ¾ do diâmetro da pérola. As pérolas azuis não devem ser perfuradas em nenhum caso, porque ao penetrar ao pela perfuração elas tendem a sofrer mudanças de cor.
As pérolas com manchas ou danificadas podem perder a sua capa externa. Os lugares muito defeituosos podem ser cortados e o material restante pode ser comercializado como meia pérola ou três quartos (não confundir com as pérolas blister ); são muito utilizadas para pendentes e broches. As pérolas que perderam sua beleza por uso ou por forma de guardar inadequados podem recuperar sua vida por tratamento feito por um especialista.
A valorização das pérolas depende da forma, cor, tamanho e brilho. A forma mais apreciada é a esférica; as pérolas semi-esféricas, com um lado plano, são denominadas buton (francês, “botão”) e as irregulares, pérolas de um pequeno tonel, fala-se de pérolas em tonel. Na Europa e os E.U. A. as pérolas róseas são muito apreciadas pelas senhoras de pele clara; as senhoras de cabelos castanhos ou negros preferem as de tonalidade creme. Freqüentemente, as tonalidades pouco vistosas são tingidas.
O peso das pérolas é expresso em grão (=0,05 g = 1/4 quilate), ainda que atualmente se esteja usando cada vez mais o quilate; a medida japonesa, o mome (= 3,75 g = 18,75 quilates) já não é quase usada ao comércio europeu).
O processo de avaliação das pérolas segue o esquema seguinte: eleva-se o peso ao quadrado e este resultado é multiplicado pelo chamado preço base. O preço base somente pode ser determinado por um especialista, e depende da qualidade e de todos os demais fatores que podem influir no preço. Pode ser 1, mas também pode ser 40. No caso dos colares onde há um grande numero de pérolas do mesmo, valor o preço base será muito alto.
A denominação pérola, sem outro nome, só pode ser utilizada para as pérolas naturais; as cultivadas devem ser sempre indicadas como tal.
Exame das pérolas
O aspecto das pérolas naturais e cultivadas é o mesmo, sendo por tanto sua diferenciação muito difícil. A densidade relativa pode servir de ajuda na diferenciação porque na maioria das cultivadas (não todas) é superior a 2,73, enquanto q nas naturais freqüentemente (nem sempre!) é inferior a este valor. As pérolas cultivadas possuem uma luminescência amarelada quando irradiadas com a luz ultravioleta, e esverdeada com os raios-X.
Uma diferenciação confiável entre as pérolas cultivadas e as naturais é possível estudando-se a estrutura interna. As pérolas verdadeiras são constituídas em capas concêntricas e as cultivadas possuem uma estrutura interna distinta, conforme o tipo do núcleo. O técnico utiliza aparelhos especiais com os quais pode controlar a estrutura das pérolas ao longo da perfuração. Os métodos radiográficos com raio-X (método de Laue) são vantajosos; podem ser utilizados com pérolas perfuradas ou não, assim como nas cultivadas, onde indicam simultaneamente a espessura da capa natural.
Da mesma forma que nas demais gemas valiosas, existem também numerosas imitações de pérolas. De um certo modo, também se encontram entre as pérolas blister cultivadas na Austrália; esta não é uma pérola cultivada no sentido comercial habitual; consiste tão somente de uma fina cobertura de nácar sendo o material restante de origem técnica. É obtida fixando-se um núcleo de argila ou de resina sintética na parede interna do molusco, para que este a recubra com uma fina capa de nácar. Depois de retirá-la, extrai-se o núcleo de novo e este é substituído por uma semi-esfera de nácar. A cobertura de nácar é obtida na Austrália e o trabalho no Japão (pérolas do Japão).
Uma boa imitação são as pérolas feitas de peixes; são composta de vidro ou esmalte com uma cobertura de escamas de determinadas espécies de peixes. Em outras imitações, utilizam-se conchas de gasterópodos (pérolas das Antilhas), moluscos (pérola Takara do Japão), ou dentes de sirenídeos (pérola Dugong). No mercado se encontram também pérolas feitas de materiais totalmente artificiais.
O opérculo (olho de gato da China) é semelhante a meias pérolas de cor parecida à porcelana; trata-se atualmente de uma cobertura, que oferece alguma semelhança com um cabochão, de um caracol da região das ilhas da Australásia, onde é utilizado como adorno; não é muito conhecido na Europa.